quarta-feira, 26 de maio de 2010

Semana passada


O sol tinha caído e fazia tempo que ela não olhava o céu, então saiu, só saiu e foi vê-lo e ele se fazia homogeneamente azul escuro. O sentimento de urgência por ansiar estar viva se fazia premente então dava espaço a maior lentidão, e em sua cabeça se formava um triângulo que se mostrava os elementos indispensáveis em seu interior a razão, verdades absolutas e as lembranças; Perdeu horas sozinha e realmente adorou, iria dar 21:00h quando viu alguém que não queria ver ou lembrar do que fizera em outros tempos, passou e não conseguiu disfarçar o ar de quem queria se esconder e fugir daquilo tudo que viera a tona, não teve como escapar, parecia que ele tinha arrancado algo de dentro dela e até paras pessoas que passavam aquilo não era invisível como ela queria que fosse, ele se aproximou e ela lembrou que ele ainda tinha o mesmo andar e a mesma voz com um tom forte e calmo, o mesmo tom de cabelo escuro, pele clara e olhos claros, ficou atônita quando ele se aproximou e sussurrou em seu ouvido:
- Somos todos filhos da mãe...
aquilo veio como um filme velho que tinha guardado pra nunca mais ver, lembrou de tudo, de todos os momentos e todos os erros que ele cometeu e ela repetiu. Aquilo ecoava e não conseguia parar de abalá-la “somos todos filhos da mãe”, tremeu e quis sair, ele a puxou pelo braço e sussurrou perto de seu ouvido dando-lhe um beijo na bochecha:
- você é igual a mim, fizemos isso juntos.
Ela saiu como quem quisesse correr, e correu quase sutilmente por entre quem estava caminhando na praia naquele dia, não queria ser igual queria fugir, e tinha certeza que poderia ser melhor que aquilo, melhor que ele, pensou em entrar em estado de ostracismo mais isso só iria piorar então arrumou o meio mais pratico que havia encontrado depois de todos aqueles anos... Não pensar! Pratico e simples, ocupar seu tempo até mesmo com conversas fúteis, ladainhas, briguinhas bestas, um dia iria ter que encarar, mais agora só quer fugir, logo agora que parecia esta se recuperando, sentia ou queria sentir que uma ferida estava se fechando e agora era como se derramasse todas aquelas lágrimas de novo e quando o viu sentiu a mesma frustração daquele momento, não tinha mais nada pra falar, era pedir demais se sentir viva?

Nenhum comentário:

Semana passada


O sol tinha caído e fazia tempo que ela não olhava o céu, então saiu, só saiu e foi vê-lo e ele se fazia homogeneamente azul escuro. O sentimento de urgência por ansiar estar viva se fazia premente então dava espaço a maior lentidão, e em sua cabeça se formava um triângulo que se mostrava os elementos indispensáveis em seu interior a razão, verdades absolutas e as lembranças; Perdeu horas sozinha e realmente adorou, iria dar 21:00h quando viu alguém que não queria ver ou lembrar do que fizera em outros tempos, passou e não conseguiu disfarçar o ar de quem queria se esconder e fugir daquilo tudo que viera a tona, não teve como escapar, parecia que ele tinha arrancado algo de dentro dela e até paras pessoas que passavam aquilo não era invisível como ela queria que fosse, ele se aproximou e ela lembrou que ele ainda tinha o mesmo andar e a mesma voz com um tom forte e calmo, o mesmo tom de cabelo escuro, pele clara e olhos claros, ficou atônita quando ele se aproximou e sussurrou em seu ouvido:
- Somos todos filhos da mãe...
aquilo veio como um filme velho que tinha guardado pra nunca mais ver, lembrou de tudo, de todos os momentos e todos os erros que ele cometeu e ela repetiu. Aquilo ecoava e não conseguia parar de abalá-la “somos todos filhos da mãe”, tremeu e quis sair, ele a puxou pelo braço e sussurrou perto de seu ouvido dando-lhe um beijo na bochecha:
- você é igual a mim, fizemos isso juntos.
Ela saiu como quem quisesse correr, e correu quase sutilmente por entre quem estava caminhando na praia naquele dia, não queria ser igual queria fugir, e tinha certeza que poderia ser melhor que aquilo, melhor que ele, pensou em entrar em estado de ostracismo mais isso só iria piorar então arrumou o meio mais pratico que havia encontrado depois de todos aqueles anos... Não pensar! Pratico e simples, ocupar seu tempo até mesmo com conversas fúteis, ladainhas, briguinhas bestas, um dia iria ter que encarar, mais agora só quer fugir, logo agora que parecia esta se recuperando, sentia ou queria sentir que uma ferida estava se fechando e agora era como se derramasse todas aquelas lágrimas de novo e quando o viu sentiu a mesma frustração daquele momento, não tinha mais nada pra falar, era pedir demais se sentir viva?

Nenhum comentário: