Paradoxo

Carregava-o em suas mãos como se carregasse a morte, mal sabia a ambiguidade dos fatos e a outra traia a si mesma, sentia-se com todo fardo do mundo nas costas, e com a menor das responsabilidades comparada aos outros ao seu redor, o mundo não era mais homogéneo, e sim um grande paradoxo, não sabia mais o que deveria se fazer, pega-lo em suas mãos, ou simplesmente abandoná-lo, naquele instante poderia ser seu maior prazer, que duraria uns 5minutos e nada mais, mas realmente poderia ser prazeroso te-lo por esse pouco tempo... Uma coisa pra ela era certa, não seria pleno, pra nem um dos dois.

O que deveria ser feito excitou-a mais uma vez a evitá-lo, mas havia esperado por esse momento quase a vida toda, poderia lhe custar a vida que há por vir, não tinha mais alternativas, a não ser a que todo mundo tem que é ceder aos prazeres egoístas da carne; O ser humano ama, desama e acaba pensando nele mesmo em todo fim de situação, não adianta procurar equidade no ser humano, porque simplesmente não irá achar. Ela realmente achava que não poderia aceitar aquela situação do jeito que estava, mas infelizmente o lado dos prazeres da carne falou mais alto, e foram os melhores 5minutos de sua vida.

Querem saber o que aconteceu depois dos 5minutos? O de sempre, sentimento de repudio, desprezo por si mesma, querendo sair da sua própria carne, ressaca moral, não adiantava mais desfazer aquilo, sempre falava que era o último, sempre acabava caindo com a boca nas mesmas guloseimas, game over comeu-lhe o sorvete com os dentes enormes que tinha.